Valéria Gurgel
"Ficção, Romance, Emoção, Aventura e suspense"
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Textos
Sapatos de papel

Ser um escritor é se condenar a uma vida de reclusão. Do seu eu consigo mesmo. Do ego com a razão. Do sonho com a inspiração poética. E muito longe de se pensar em solidão, pois não lhe sobra tempo para isso. Porque escrever é se comunicar em suas palavras, em seus versos revelando o seu eu subentendido; a tristeza, a alegria, a tragédia, o sucesso, a culpa ou a absolvição e muitas vezes até em forma de uma ficção. Saber que despertas sentimentos diversos, ódio e amor, admiração, antipatia, compreensão, incompreensão, provocas suspense, emoção, arranca lágrimas ou sorrisos. A família aceita, nem sempre compreende, mas talvez seja essa a sua missão! Se muitos escritores escutassem o que o pai dizia jamais seria um. Escritor não fica famoso em vida. É raro se ver alguém correndo atrás para idolatrar. Não estão nas mídias, nem nas emissoras de TV, não adquire patrimônio maior que não seja sua obra. Mas essa nem a terra nem a ferrugem consome! Uma vez a semente lançada no mundo, para sempre plantada: algum dia será estudada, citada, recordada... O escritor se expressa dia e noite sem cessar; tanto que às vezes estressa a si mesmo quando, à noite, o sono não chega e a sede de escrever lhe seca a alma. É preciso então beber dessa fonte inesgotável e saciar esse desejo que brota do manancial. Às vezes se cala e nada fala. Somente pensa. E suas palavras (escritas) dizem por si. Sabe-se que o papel aceita tudo. E que o travesseiro é ainda o melhor conselheiro. Mas é possível afirmar que essa dupla faceira; caneta e papel, ainda é o divã dos psicanalistas! E em silêncio, a terapia é feita. Em verdade a escrita é uma pedra bruta a ser esculpida, tal qual um diamante a ser lapidado: até que brilhe e mostre seu valor. E que vez por outra, ainda assim é necessário passar um lustro, um leve polimento para que velhos textos, poemas, versos, prosas, romances amarelecidos em prateleiras, possam ser cuidados novamente e não caiam na incompreensão e no esquecimento. Novas capas, novas edições, novas leituras, roteiros de adaptação para o teatro, cinema e a obra renasce mais uma vez... Assim caminha a obra e seu construtor, sempre em processo de construção. Algumas obras inacabadas, outras passando por reformas e outras sendo recuperadas, resgatadas de museus, bibliotecas, gavetas e armários nas casas dos familiares! Há quem descubra séculos depois, que foi filho, pai, mãe, neto, sobrinho de um grande filósofo, de um grande idealizador, de um grande pensador, de um escritor formador de ideias, promotor de futuros pensantes de uma nova era. Escrever sempre foi e será a cura para muitos males, o refúgio e porto seguro para muitos corações!
Quisera eu que o mundo tivesse mais bibliotecas e menos hospitais. E é por isso que ainda calço sapatos de papel e saio de braços dados com a literatura!

Valleria Gurgel
15 de Agosto de 2013.
Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 15/08/2013
Alterado em 25/07/2016
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