Pai!
Parece que foi ontem
Mas o tempo passou...
Parece que nem cresci
E nem te vi trabalhando tanto,
Acordando cedo todos os dias
E dando o melhor de si
Por nossa maior satisfação!
Pai!
Eu não queria que fosse assim
Ter você tão longe de mim
Agora eu sou grande e nem existe mais o bonde
Pés de gabirobas atrás dos montes
Nem vitrola, aqueles bailes,
Serenata e nem Ray Conniff
Tanta coisa ficou prá trás
Mas ainda preciso de você aqui, audaz!
Pai!
Ainda quero colo, que conte histórias
Que conserte a minha bicicleta e a minha boneca
Que pinte a cara e faça piadas
Que seja meu palhaço, meu pai com aço
Que jogue bola e continue sendo atleta
Suba na árvore e faça casa de madeira
Toda a nossa vida, uma eterna brincadeira
Meu malabarista, meu guerreiro, meu herói!
Pai!
Brincar de mocinha e bandido
Pode agora não ser mais divertido
Mas as lembranças do tempo vivido
Ficaram embutidas na minha emoção
A sua cara de bravo, seus conselhos,
Seus castigos, hoje eu entendo
E nem mais ligo, até penso
Foi por minha boa educação.
Pai!
Minha maior lembrança
Dos meus tempos de criança
É de você feliz cantando, fazendo móveis
E me ensinando tocar num pequeno piano
E também os primeiros acordes em seu violão
Pai, eu não existo longe de você
Você mora em meu coração!!!