Perseu Um Cão Pop que aprendeu a sorrir!!!
Quando ele chegou de presente, na casa de Angélica, ele era bem pequeno e fofinho. Todo branco como um algodão! Seu focinho cor de Rosa e seus olhos verdes encantaram-na! Logo pensou:
_Você é lindo como o cavalo alado e vou chamá-lo de Perseu um herói da mitologia grega!
O pai estava furioso! Não queria cachorros em casa de novo! E sem falar que ela estava de namorado novo e ele estava bastante enciumado! E quem lhe dera o cãozinho fora justamente o meu namorado! Mas o tempo passou... Perseu foi crescendo... Sempre carinhoso e brincalhão!E assim conquistou o coração de todos lá da casa, inclusive do pai da jovem. Quando saíam, ele chorava muito querendo ir junto e nem sempre dava para levá-lo. mas quando chegavam, a alegria dele era tanta, mas tanta que aprendeu a sorrir!!!
Quando Roberto Carlos Cantou em sua música “Meu cachorro me sorriu latindo”...
Angélica chegou a pensar que fosse uma alegoria, mas agora sabia que isso era mesmo possível! É verdade! Perseu sabia sorrir!!! Ele esticava os lábios e mostrava seus dentes fortes sem abrir a boca e se balançava todo de um lado para o outro acenando seu rabo branco que era como uma crina de cavalo! Os anos correram depressa... Angélica se casou com esse seu pretendente que havia lhe dado o cãozinho. Perseu ficou lá na casa de seus pais, pois ninguém lá sabia mais viver sem a sua doce presença.
Seu pêlo continuava branquinho, liso e sedoso e se partia ao meio nas costas, caindo de um lado e do outro. Já com cinco anos de idade e criado solto em casa, foi ficando esperto e sapeca e aprendeu a fugir. Passava até por debaixo das pernas de quem entrasse ou saísse do portão! Queria viver sua “Dog Adventure.” Nessa época Angélica e seu esposo moravam numa casa há três quadras da casa de seus pais e já tinham um bebê. Perseu ia visitá-la todos os dias pela manhã! Latia para ela abrir o portão. Lá ele comia bebia, descansava e depois ia ele para a casa da babá da filha de Angélica. Depois ele ia visitá-la em seu trabalho e assim ele fazia a sua “via sacra” pelas casas dos conhecidos da cidade. Quando se sentia cansado, voltava para a casa dos pais da jovem. Assim ele se tornou “O Cão Pop” daquela cidade. Não tinha quem não o conhecesse e quem não soubesse o seu nome!
Uma vez ele conseguiu fugir quando abriam o portão da garagem. Ele seguiu o carro na estrada na mesma velocidade por uns quatro quilômetros! Tiveram que parar o carro e levá-lo com eles. Perseu estava todo imundo, pois havia se esfregado em cocô de vaca!!!Durante a semana não dava nem mesmo para dar-lhe um banho, pois ele sumia!
Um dia, quando Angélica estava trabalhando em seu comércio, as crianças que esperavam o escolar vieram dar-lhe a notícia que ela nunca queria ouvir! Perseu tinha sido atropelado!!! Ela saiu desesperada e quando chegou ao local ele estava lá agonizando! Morreu logo que a viu chegar. O seu pai também foi lá para confirmar se era ele. Infelizmente era. O caminhão de lixo jogou-o contra o muro do adro da igreja.
Estava saliente com as cadelas no cio e se distraiu! Angélica e seu pai o pegaram no colo! Seu focinho chegou a entortar! Mas ele insistiu em sorrir mesmo assim. Nunca ninguém daquela casa e daquela cidade pôde esquecer esse grande amiguinho! E acreditavam que ele também nunca se esqueceria deles. Pois ele era um verdadeiro amigão de todos e deixou assim uma grande lição:
- Ensinou que deveriam sorrir sempre, mesmo na dor!
Valeu, cara!!! Você foi mesmo um herói!!!
Valleria Gurgel.
Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 16/08/2013