Valéria Gurgel
"Ficção, Romance, Emoção, Aventura e suspense"
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Textos
O paraíso de Horacio “Conto infantil” Fábula

Horácio era um jovem rei. Poderoso, rico, valente, belo, robusto, e vivia em um fabuloso castelo de um Reino encantado. Lá era mesmo um eterno paraíso! Porque ninguém ficava velho e nem doente. Portanto, ninguém morria. Vivia-se para sempre! Não havia noites. Nunca ninguém ouviu falar das estrelas e nem da lua. Os dias eram eternos! Sempre dia. Porque as horas não passavam. Assim, não existia o amanhã. Todo dia era hoje. Portanto, não havia semanas, nem meses, nem anos, nem décadas, nem séculos, tampouco milênios. Tudo era uma monotonia terrível! Tudo era para sempre. Não existia fim, apenas o começo. A vida era sempre igual. Sem passado e sem futuro. Então, o rei, que era um sábio percebeu que as pessoas que viviam em seu reino, estavam sempre paradas. Elas não tinham nada para fazer de interessante e não existia emoção, nem aventuras, nem imaginação. Sonhar era algo sem sentido. E Horácio decidiu que precisava descobrir como fazer para que a vida daquele povo tivesse graça. O rei pensou... Pensou... Até que resolveu consultar um oráculo. O oráculo revelou para ele que havia uma única maneira de resolver aquele problema que tanto o afligia. -Você deve procurar um baú de carvalho. Pois dentro dele encontra-se a chave que tornará possível a libertação de seu povo.Esse baú está muito bem guardado, dentro de uma caverna nas colinas do Vale das Esmeraldas, que fica ao norte. Mas você deverá abri-lo bem devagar, pois, caso algo dê errado e o baú seja aberto bruscamente, algo de muito ruim poderá acontecer! -Horácio então saiu em busca do tal baú. No caminho, enfrentou grandes desafios. Uma tempestade de granizo, com fortes ventos e trovões. Uma serpente voadora que queria atacá-lo e fazê-lo desistir de chegar ao seu destino. Mas ele com um golpe certeiro, decapitou-a. E por último, quando ele já estava bem enfrente à caverna, apareceu o mago do tempo, vestido de branco, segurando um cajado em uma das mãos. Ele bateu com o cajado no chão três vezes, o que fez com que o chão tremesse e logo as árvores se curvaram fazendo com que se abrisse um portal. Horácio, desequilibrou-se, bateu a cabeça em um tronco e caiu dentro do portal. Quando acordou, ele viu que estava em um lugar muito familiar, mas não sabia bem ao certo que lugar poderia ser aquele. Ali, tudo era muito acelerado. As pessoas corriam de um lado para o outro, trabalhavam sem descanso e cada vez que passavam por ele, podia notar que os seus rostos estavam mudando de forma anormal. Logo percebeu que elas estavam envelhecendo.Mal teve tempo de entender o que estava acontecendo, quando uma mulher que vinha correndo,com uma criança no colo, tropeçou em uma pedra e Horácio correu para segurá-la.Quando ele olhou bem nos olhos verdes daquela criança, foi como se ele estivesse sendo transportado diretamente para aquela caverna. Ao entregar a criança nas mãos daquela mulher, ele se deparou com o baú de cedro bem em cima de uma pedra bruta de esmeraldas. Horácio ficou deslumbrado ao perceber que bem ali em cima estava o baú. Assim como o oráculo havia lhe falado. Muito emocionado, ele se aproximou daquela pedra e com muito cuidado pegou o baú. Quando tentou abri-lo, sentiu uma energia muito forte saindo de dentro daquela caixa de cedro. E ele quase que não podia se conter. Era como se ele tivesse recebendo uma forte descarga elétrica que o fazia tremer o corpo inteiro. Até que ele não mais suportou e deixou o baú cair ao chão. De repente, um vulto brilhante, saiu dali de dentro do baú. Vários ponteiros dourados saíram voando pela mata afora. Horácio, muito desesperado, tenta apanhar os ponteiros, mas as horas saíram voando e ele conseguiu só segurar dois que guardou em seus bolsos. O jovem rei caminhou pela mata durante vários dias sem perceber que estava demorando mais que o de costume. Quando enfim chegou em seu reino, ele percebeu que algo diferente tinha acontecido.Estava mais cansado que o de costume e suas mãos estavam trêmulas e a pele muito ressecada. Ele bebeu muita água, mas de nada adiantou. As crianças haviam crescido! Os jovens tinham virado adultos e os adultos estavam velhos! E ele se deprimiu ao notar que muitos deles estavam doentes e tristes. Agora o tempo passava tão rápido que mal era dia, já era noite! Mal era noite já era dia! Logo, muitas pessoas que haviam envelhecido, morreram. E a dor e a saudade começaram também a fazer parte daquele reino. Assim, muito decepcionado, Horácio resolveu voltar ao oráculo para pedir explicações. Porque ele estava pensando que algo deu errado, quando ele deixou aquele baú cair no chão. - Não entendo o que aconteceu! Antes tudo era parado em meu reino e o tempo não passava! Agora está passando rápido demais. O que posso fazer para controlar isso? -E o oráculo responde:- A resposta está em suas mãos! Horácio voltou então muito decepcionado por não ter ouvido a resposta que precisava para resolver o grave problema que se instaurou em seu reino. Enquanto caminhava já aproximando do castelo, pensando mesmo que não haveria um jeito de resolver aquela situação, ele enfiou as mãos nos bolsos de sua calça e percebeu que havia algum objeto dentro. Ao retirar viu que se tratava dos dois únicos ponteiros que ele havia conseguido apanhar. Lembrou do que o oráculo havia lhe falado e logo acreditou ser aqueles dois ponteiros a solução que estava em suas mãos. Então ele decidiu fixar os dois ponteiros num pedaço de cedro que ele tinha guardado em seu castelo. Quando fixou os ponteiros dourados na madeira, percebeu que esses não tinham o mesmo tamanho. E sendo assim, um girava mais rápido que o outro. E por isso ele pensou que não haveria possibilidade de equilibrar o tempo. Mas algo inusitado aconteceu! Ao sair pelas ruas de seu reino, viu que as pessoas já não mais estavam tão afoitas e parou para observar calmamente. Depois de algumas horas, o sol começou a desaparecer no horizonte, logo pequenos pontos luzentes brilharam no céu que escurecia lentamente. E pôde também ver outro astro celeste até então nunca visto! Era a lua. E ao decorrer do mesmo número de horas, o dia voltou a clarear. E o sol novamente despontou no horizonte. Mais uma vez, Horácio procura o oráculo. Agora para agradecer. E o oráculo disse: - Quem não estiver satisfeito com o seu tempo, que recupere os ponteiros perdidos. Vá e não perca mais tempo.

Valleria Gurgel.
Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 17/08/2013
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