Os encarcerados e as ideologias em desalinho
Os encarcerados e as ideologias em desalinho
Às vezes a gente para, pensa e não acredita. Parece incrível. O mundo está paralisado, amedrontado, encarcerado e se perdendo diariamente entre ideologias em desalinho. Tudo por causa de algo invisível que, todavia, não se descobriu como combater.
Talvez seja esse um desafio que provoque justamente um confronto da real essência da vida, com todo esse sistema egoístico visível a olho nu, no qual estamos inseridos. Onde poucos tem muito e muitos, tem muito pouco ou quase nada. E jamais se conquistou uma igualdade entre os povos, onde reine a justiça, a liberdade e a fraternidade.
Essa desigualdade é cruel e segue desenfreada arrastando os séculos. E nesse confronto infelizmente ainda há os que pensam primeiramente na economia e na roda do capitalismo que lógico, move o mundo!
Mas, de que adianta o mundo girando intensamente, os países com a taxa elevada do PIB, a bolsa de valores lá em cima e a humanidade a sete palmos da terra?
Os índices de mortalidade pelo COVID 19 aumentam por hora assustadoramente e parece nada representar para alguns. Enquanto não se tratar de seu pai, de sua mãe, de seu filho, de seu neto, de seu irmão, de sua esposa…
Essa é uma realidade óbvia, mas, que com tudo o que estamos assistindo, todos os dias nos noticiários de todos os países, a lógica do fato, ainda não foi assimilada ao 100%.
Há sempre os incrédulos, os inconsequentes, os irresponsáveis e os ignorantes por conveniência! O que é lamentável.
Diante de uma população que cresce em número de idosos, o que nos leva a crer, é que em algumas nações e até mesmo na nossa, o idoso não representa uma identidade importante que precisa sobreviver a essa pandemia.
São vistos com descaso, ou como os inúteis. Não produzem mais, só dão despesas e sendo assim, quanto menos deles vivos no mundo, menos problemas para os próximos anos. Menos aposentados a receberem seus benefícios, menos doentes nas filas dos hospitais. Menos superlotação nos asilos e casas de repouso. Menos problemas para seus familiares.
Isso é o que demonstra a incoerência e falta de respeito quando escutamos muitos dizerem:
- Eu tenho boa saúde, boa imunidade, boa alimentação, não tenho riscos de me contagiar ou se me contagiar curo sozinho. Não preciso respeitar essa quarentena idiota. Será? Quem pode garantir isso? Como se não estivessem assim, comprometendo a vida dos seus dentro de casa.
O COVID 19 não anda escolhendo quem vai morrer! Assistimos diariamente mortes em todas a faixas etárias. Óbvio que os idosos são mais vulneráveis, mas isso não significa que os mais novos não devam estar atentos e ajudarem manter a quarentena.
Hoje a tortura se tornou o “ficar em casa”. Como se essa simples medida, para quem pode se dar a esse luxo, fosse algo muito caro e custoso. O que não é o caso dos profissionais de saúde, de supermercados e demais seguimentos de primeiríssima necessidade, que não podem parar.
Não nos custa nada ficar em casa, se é que podemos. Porém, isso agora, se tornou algo quase impossível. Justo nesse momento tão crucial e que segue sendo a única forma encontrada para tentar se controlar a pandemia.
Terminam muitos jovens e adultos saindo às ruas, reunindo com amigos em churrascos, jogando cartas na esquina, circulando pelas calçadas como se nada estivesse acontecendo. Ou como se fossem autoimunes, corpos de aço e que a possibilidade de se levar o vírus para dentro de seus lares é algo remoto.
Atitudes que representam uma tremenda carta assinada em branco e sem máscaras, de irresponsabilidade familiar.
Logo, os idosos, assistindo aos filhos, aos netos, aos jovens da vizinhança desrespeitarem a quarentena, resolvem também sair pelas ruas como se a situação fosse uma mera paranoia, como escuto muitos comentarem.
Estamos vivendo meses de muita tensão mundial onde a humanidade segue dividida entre meros palpites, fortes evidências e confrontos de ideologias políticas. Cientistas de um lado, religiosos do outro e políticos os enfrentando.
Que o bom senso e o respeito dos líderes de todos as nações possam se unir e não se dividir, num único e total conceito lógico e de caráter emergencial;
A vida.
Porque somos todos um! Por Valéria Gurgel
Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 07/04/2020
Alterado em 07/04/2020