A alma não tem segredos que o comportamento não revele

"A alma não tem segredos que o comportamento não revele".
(Lao Tsé)
Por Valéria Gurgel
Talvez, o sonho de todo mortal seria conhecer a alma humana. E por que não, a sua própria alma? Escrutinar as entranhas ocultas. E encontrar quiçá prosopopeias sutis.
Quantos pleitos travados entre o sonho e a realidade. O passado e o presente disputam metáforas que sonham por filosofar a verborreia de um futuro sem traumas, sem medos, sem decepções.
O corpo patenteia muito do que o sentimento emana.
Não há como iludir, ocultar, fingir, dissimular certas atitudes para uma mesma pessoa por muito tempo. Mais dia menos dia, o próprio corpo começa a rejeitar a máscara, que você mesmo desleixou.
Ela se desmolda e cai. O conteúdo de suas reais inquietações, se desnudam com a convivência diária. Você estará sempre encontrando a si mesmo, querendo ou não.
Logo, se o seu inesgotável manancial de água pura e límpida não te banha nem te lava, diariamente, permitindo-se brilhar a luz de sua sabedoria universal, as mazelas decorridas dos seus momentos de insegurança medo e dor, podem encontrar ali, seu espúrio, frutos de uma ideologia hipotética.
O próprio descuido e descaso individual o encobrirá de um lamaçal. E aquele local dentro de si, que deveria ser o seu refrigério translúcido e límpido, calmo e seguro de sua paz interior, se perde no firmamento nutrido de suas próprias convicções equivocadas.
Aquele oásis da serenidade que sempre mata a sua sede de sabedoria e de amor, na fonte de água pura sempre que necessitas, se torna longínquo, desabitado, inóspito.
Para reencontrar-se em sua pura essência, deverias estar apto a desobstruir a mente de obstáculos pensantes, que se materializam no invólucro de seu arcabouço, para desenvolver a humildade do autoconhecimento e conviver de forma translúcida e serena com os demais na jornada diária.
“Pois a alma não tem segredos que o comportamento não revele”.