Ele era maestro e ela bailarina. Se amavam muito e juntos faziam belas apresentações.
Até o dia em que ele se estressou; a minúscula saia transparente dela no palco estava dando o que falar.
Desconcentrado, ele perdeu o compasso.
Enfurecida, ela quebrou a sua batuta.
Valéria Gurgel
***
O Brasil teve e ainda tem a honra de possuir ilustres maestros nos últimos tempos. Destaco aqui alguns.
Eleazar de Carvalho, cearense, John Neschiling, carioca, Isaac Karabtchesvisky e Roberto Minczuc, paulistanos.
Como se vê, todo maestro tem algo em comum; rege em silêncio! Tendo o comando de suas orquestras na ponta de sua batuta! Talvez esse legado de sensibilidade, responsabilidade e total amor e dedicação pela música e pelos seus músicos possa nos transmitir um recado maior.
Os grandes homens, também regentes desse planeta, foram e são aqueles que regeram e ainda regem em silêncio. Ou seja, conscientes de seu papel, fazem o que precisa ser feito, sem se preocuparem se "quem pagou quis ouvir". Porque possuem a consciência tranquila do dever cumprido.
Não deixando de lembrar com muito carinho, respeito e eterna gratidão, os nossos ilustres e queridos
João Carlos Martins, Tom Jobim e Nelson Freire.
Por Valéria Gurgel