Valéria Gurgel
Tudo o que juntamos geralmente guardamos; dinheiro, roupas, sapatos, joias, objetos pessoais, de coleção, de apreço, como livros, discos, adornos e utensilios da casa.
Enfim é bem possível que se um dia alguém vir a ter acesso a todos esses pertences, possa tentar entender ou fazer um breve julgamento de quem poderia ter sido aquela pessoa que acumulou tudo aquilo.
Tão logo tomarão posse do que é de valor material, desprezarão o resto e aquele ser em alguns poucos meses talvez alguns poucos anos será completamente esquecido. Provavelmente lembrado por alguns parentes ou poucos amigos.
Como se percebe, não é o que juntamos e sim o que espalhamos que refletirá como vivemos, quem somos, quem fomos. E deixaremos rastros contundentes de nossa passagem pelo mundo.
Seja amor ou ódio. Boas ou más ações, grandes ou pequenas obras, o pior ou o melhor de nós, nosso conhecimento, ou nossa ignorância.
Mas ainda é pela grandeza de nossas obras, de nossa generosidade, pela leveza de nossas ações, pela sabedoria compartilhada, pelas artes e sensibilidade suprema que nossas pegadas ficarão registradas para sempre no Coração do Universo.
O vento soprará e cuidará de espalhar pelo tempo...
Esse reflexo não se apaga!