Valéria Gurgel
Não comemos palavras!
Mas, podemos saborear o que delas extraímos como ensinamentos. Nutrir nossos sentimentos e dos demais, através delas, ou também nos envenenarmos ou envenenarmos o outro.
A palavra quando sadia, vem recheada de bálsamo para sanar as dores da alma, acalmar o espirito, elevar os ânimos, controlar o pânico, o medo, acolher a saudade, e saborizar o amor, líquido, fluido, que alimenta a alma de esperança, de fé e de coragem.
A palavra também tem data de vencimento. Ha momentos em que usá-las, sem um bom critério de escolha, seria motivo para agravarmos o mal estar. Muitas vezes, ela nos chega estragada, com sabor amargo, cheiro putrido e um ar pesado de inconsistência mental empregnada.
Bom seria se pudéssemos sempre prestar atenção na escolha das palavras nas prateleiras de nossa sabedoria.
Pensar na possibilidade de comê-las ajuda-nos no processo criterioso da seleção delas.
Se você tivesse que comer suas próprias palavras, você seria nutrido ou envenenado por elas?