Valéria A Gurgel
A cor da ilusão tem tons pigmentados e brilhantes para encobrir o opaco dos sentimentos.
Ela tinje a hipocrisia de verdes esperas porque o comodismo é confortável e nos permite seguir sonhando com um mundo melhor, sem nada termos que fazer, que mudar dentro de nós para tê-lo, para merecê-lo!
Aquele sentimento infantil onde todos somos belos, felizes e perfeitos e a felicidade completa e tão almejada de nada depende de nós e sim do outro, do mundo lá fora.
Queremos pessoas mais humanas e dignas por ter seu caráter límpido, lapidado pela ética, diariamente.
Sabemos o quão árduo e contínuo é esse processo evolutivo de nossa construção.
É fácil idealizar a pintura perfeita e nos projetarmos dentro dela. Geralmente não temos bom ânimo de aprendizes para pegar no pincel, com nossas próprias mãos e conhecer os tons necessários para pintar a Arte do Viver!
Mas quando depende de nós mesmos pintarmos a tela das nossas vidas, ofuscamos a paisagem bela que reluz a Natureza bela do Ser que há em nós. Uma única cor, ainda que linda e alegre, não é capaz de reproduzir os detalhes reais do cenário de nossas personalidades. É no contraste que tudo se mostra!
O Mundo não é cor de rosa e nem nós somos como uma rosa! Ele não foi feito por uma única cor, nem as rosas!
Geralmente colorimos o futuro, blecauteamos o passado e embalamos a caixa de nosso presente. Pintamo-nos e também a caixa, de cor de rosa, para sermos aceitos por nós mesmos e pelos demais!
É a cor que encanta, dos Contos de Fadas, dos Príncipes, Princesas e Castelos do Mundo do Faz de Conta!
Fugir da realidade, de nossos defeitos, e de nós mesmos é prazeroso, é fácil, mais prático e cômodo. Mesclar essa paleta de cores é arriscar borrarmos a tela.
É mais interessante termos um molde pronto de nossa pintura ilusionista!
"É agradável não conhecer nossos próprios defeitos, pois assim, nada perturba o brilho cor de rosa das ilusões"!
(Carl Gustav Jung)
Publicado no Site:
www.valleriagurgel.com