Valéria A Gurgel
Hoje pela manhã, neste domingo, um dia tão importante para nossa democracia, em que todos os brasileiros a partir dos dezeseis anos de idade estão saindo para exercer a sua abençoada cidadania e um direito conquistado à duras penas pelo povo, minha filha me mandou a seguinte mensagem:
- Mãe, estou indo BOTAR!
E eu, claro, morrendo de rir, ao perceber que o maldito teclado de celular, sempre o nosso maldito vilão das contradições nos chat do WhatsApp, e às vezes nos deixa em apuros, havia comprometido a sua mera intenção em se expressar. Entendi logo que uma única letra havia sido o motivo da alteração da palavra.
E logo surgiu um tema para uma boa reflexão. E como uma amante da filosofia, não poderia deixar passar essa oportunidade para escrever.
Votar, além de rimar com Botar nos traz uma velha e conhecida analogia da tão famosa e conhecida história dos contos de fadas "A Galinha dos ovos de ouro"!
Afinal, quem não desejaria encontrar essa galinha que bota ovos de ouro?
E, tranquilamente, me pus a pensar...
A disputa acirrada dos candidatos à eleição de uma cidade, de um estado ou de uma nação, essa corrida louca, exaustiva e desesperada por um valiosíssimo VOTO se assemelha muito ao grande sonho de se encontrar a tal galinha, dos ovos de ouro!
Urna urna plena de votos em favor de um único candidato! Que candidato não desejaria encontrar?
Sim, as urnas são verdadeiros ninhos dos VOTOS de OURO.
E assim, essa única letra V, digitada equivocadamente por minha filha, que sem nenhuma pretensão transformou a palavra Votar em Botar, ascendeu em mim uma boa inspiração para a minha crônica de domingo e também uma antiga dúvida:
- Teriamos realmente tantos candidatos disputando uma vaga para representar a voz e as necessidades da população e tanta vocação para esse "trabalho" se não houvesse salário para os políticos?
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