Valéria A Gurgel
Crescemos ouvindo um dito popular que gruda em nós como visgo!
"A vida só é dura para quem é mole".
E a vä certeza leva nossa delicadeza...
Deveríamos antes refletirmos sobre essa máxima:
- A impermanência reside na temporalidade.
A vida se transforma a cada segundo e juntos, vamos nos moldando pelas duras imposições que nos acercam. Logo, ganhamos marcas, rótulos, adjetivos e esteriotipos que se não tomarmos consciência, se tornam marcas registradas, patenteadas
Só com o tempo Vamos nos certificando dessa quase irreversiva mutação.
Nascemos frágeis e delicados, suaves, com mobilidade e capacidade de adaptação. Mas, no decorrer da vida nos enrijecemos, sem perceber!
Ganhamos uma resistência grosseira, a que acreditamos adquirir para sobreviver. Para suportar a dureza que esperamos enfrentar na vida. E uma casca grossa vai cobrindo nossa tão preciosa sensibilidade e corroendo a percepção do SER.
Já não vemos o esplendor do raiar do dia, nem ouvimos o canto dos pássaros. Perdemos a destreza da ponta dos dedos e as sutilezas que tocamos se tornam imperceptíveis.
Perdemos totalmente o olfato e com ele se vai o aroma das flores e o cheiro da relva molhada. Sequer guardamos poucas memórias afetivas do cheiro da quitanda feita por nossa avó.
Essa dura resistência que nos foi imposta, cobra da gente uma certa inflexibilidade dos movimentos do corpo e da mente. A maneira de pensar perde a amplitude. O mundo se torna denso e tocar um coração tão duro consolida-se em quimeras.
Enfim descobrimos que para resistir à dureza da vida, em um mundo tão controverso, grosseiro, exigente, abusivo e segregador, precisamos é da fexibilidade e delicadeza de quando nascemos. A dureza resistivel, que quebra, mas não enverga, do ser tirano, egoista e irrevogável nas atitudes no qual nos tornamos, só consolida a proximidade de nosso fim corpóreo.
O que é temporal passa! A alegria, a tristeza, a dificuldade, a facilidade, as perdas e os ganhos! A dor, o prazer, o amor eros e o ódio. O medo, a vergonha e a vaidade.
Passa a ilusão.
O nascer é flexível, enrrigesse de vez quando morre!
Publicado em meu Site Literário www.valleriagurgel.com
@valeriacristinagurgel