Valéria A Gurgel
Qual é a resposta? A ideal. Aquela que fica entalada na garganta esperando o momento certo de dá-la, de proferi-la com ou sem classe.
Mas, na hora H, ela nunca vem, nunca sai. E sempre damos a pior resposta, a impensada, a estúpida.
A resposta ideal para todos os nossos questionamentos internos e os questionamentos mundanos chega sempre cinco segundos atrasada. E nos causa aquela raiva, aquele rebuliço e sentimento de repúdio.
Passamos o resto do dia nos auto condenando por nossa estupidez ou, por nossa ingenuinidade. Mas, já foi. Já passou. Já foi dito e não tem como voltar atrás.
Acreditamos que toda pergunta é inquisidora e que jamais pode ficar no ar, sem respostas. Negligenciar certas perguntas é sinônimo de falta de conhecimento, de respeito ao outro! Talvez seja sinônimo de muita sabedoria simplesmente não responder! Afinal, um diálogo não é um tribunal, ainda que às vezes, possa parecer. E não estamos diante a um júri, fadados às penalidades por nossa recusa ao falar.
Quem de nós nunca se pegou num estado lastimável de auto condenação por palavras proferidas no calor da ira, da alegria desmedida, ou da própria tristeza e ou revolta doentia? Ou, por dar uma resposta que no fundo não queríamos dar?
A resposta que não quer calar às vezes se cala para sempre, para não ser solta pelos cotovelos...
E seguimos nós, aprendendo a contar somente até cinco. Porque se contarmos até dez, é bem provável que optemos por pensar antes de falar. E aí, descobriremos que pode ser genial não termos respostas!
@valeriacristinagurgel
Publicado em meu Site Literário:
www.valleriagurgel.com