Valéria Cristina Gurgel
Em tempos de empatia zero e egolatria em evidência, é mais que preciso aprendermos bem a discernir a utilidade do amor.
O Ser útil anda muito amado, isso é o que acreditamos!
Basta perdermos a nossa utilidade, e logo entendemos como a etimologia das palavras anda sendo desconstruída e dessignificada entre as relações humanas, e logo, esse amorútil se desfragmenta por completo.
O Amor é o sentimento que acolhe todos os outros e por sua supremacia ética, não deixa espaço para as banalidades entrarem no verdadeiro sentimento. Ele sabe muito bem a necessidade de se ter uma inteligência emocional.
Sim, é preciso muita inteligência, medida por uma balança de precisão que saiba equilibrar a emoção e a razão.
Isso é para não sermos usados e abusados!
É a humildade quem dita o dito: É preciso precisar para podar o ego, mas é preciso amar, amar-nos, para aprender impor limites!
Só quem ama verdadeiramente a si mesmo, consegue amar o outro o suficiente para distinguir a diferença entre amor e utilidade.
E por nutrimos uma carência afetiva tão exarcerbada, admitimos essa descomunal confusão mental, do tal amor utilitário e o amor em sua simples plenitude de ser. Devagarinho, e quase sem querer perceber, é que vamos nos permitindo ser coisificados.
Entre o gostar e o precisar, o amar e o ser útil, há uma mínima distância de proteção segura que deveria ser respeitada!
Assim já dizia Mário Lago:
" Não gosto porque preciso, preciso sim, por gostar!"
Publicado em meu Site Literário
www.valleriagurgel.com
@valeriacristinagurgel